Castelões de Cepeda
Besteiros
Bitarães
Gondalães
Mouriz
Madalena
Vila Cova de Carros

Castelões de Cepeda

Castelões de Cepeda situa-se nas margens do Rio Sousa e é a freguesia sede do concelho de Paredes, no distrito do Porto. O seu orago é o Divino Salvador.

O povoamento do território que corresponde à atual freguesia de Castelões de Cepeda é bastante remoto, havendo sido atestada a presença de vários povos em épocas anteriores à Nacionalidade. Um dos exemplos mais significativos de vestígios que chegaram até aos nossos dias é a Ponte Romana de Cepeda, com um só arco abobadado.

No século XVI, a freguesia de Castelões de Cepeda era a cabeça do antigo e vasto concelho de Aguiar de Sousa, sendo que por essa altura também surgem registos que comprovam que aí já se encontrava estabelecida a aldeia de Paredes, então integrada na área da freguesia de Castelões de Cepeda. Ainda nesse século, em consequência da maior parte das atividades económicas do concelho se terem deslocado para Norte, aproximando-se mais do Rio Sousa, a capital do concelho de Aguiar de Sousa foi transferida para a povoação de Paredes que mais tarde veio a ser elevada a vila e a dar o seu nome ao atual concelho, apesar da freguesia sede continuar a ser Castelões de Cepeda. Eclesiasticamente, Castelões de Cepeda foi uma abadia de apresentação alternada da mitra do Porto e do Mosteiro de Paço de Sousa.

Ao nível do património local são de destacar a Igreja Matriz e as capelas de S. José, do Calvário e de Nossa Senhora da Guia. Além do seu património religioso, a freguesia possui vários monumentos de interesse histórico como é o caso do seu pelourinho, edificado numa data anterior a 1758, como consta nas Memórias Paroquiais desse ano, e mais tarde reconstruído, a Ponte Romana de Cepeda e antiga Casa da Câmara onde atualmente funciona a Academia de Música de Paredes. De mencionar ainda o Palacete da Granja que atualmente alberga a Casa de Cultura de Paredes.

Em parte devido às suas características urbanas, as principais atividades económicas desenvolvidas na freguesia de Castelões de Cepeda são sobretudo na área do comércio, dos serviços e da indústria.

Existem na freguesia várias coletividades e associações que procuram, através da sua atividade, manter e divulgar as tradições locais; é o caso do Rancho Regional de Paredes e da Associação Cultural e Musical de Paredes.

besteiros

Besteiros dista cerca de 4 quilómetros da sede concelhia e tem por orago S. Cosme e S. Damião, celebrados anualmente a 26 de Setembro.

Deduz-se que o povoamento do território da freguesia de Besteiros seja de épocas muito remotas, não só pelas edificações castrejas que a própria toponímia acusa, como no caso do lugar de Crasto, mas também pelo facto de a pouca distância do local da igreja, se encontrar o monte de S. Domingos, topónimo que revela um local castrejo, concordando com o facto de se tratar de uma devoção pré-Nacional. Quanto ao topónimo “Besteiros”, é notável a interpretação dada no século XVIII: referia que provinha do facto de a freguesia ser cabeça de companhia de ordenança e os homens usarem os utensílios próprios da companhia de besteiros: o arco e besta; contudo, esta interpretação é rejeitada por vários autores que defendem que a origem do topónimo se deve ao facto de muito antes da Nacionalidade, o local ter sido povoado por vilãos adstritos a serviço militar com bestas.

As Inquirições de 1258, referem-se à freguesia e paróquia como: “ecclesie Sancti Cosmadi de Balestariis”, documentando ainda a existência no local de duas “quintãs”, dos cavaleiros-fidalgos Mofarros e de Diogo Mendes de “Urrô”.

Eclesiasticamente, a paróquia de S. Cosme e S. Damião teve remota instituição, com a rara particularidade, relativamente à época, de ter sido igreja “própria”, embora no século XIII, fosse em parte de herdadores e dos principais senhores da freguesia: os Espinhéis, procedendo D. Pêro Gomes.

Ressaltam no seu património cultural e edificado: uma igreja do século XVII, a Igreja Paroquial e a capela de S. Domingos. Os locais de maior interesse turístico, são talvez o Monte de S. Domingos e o Calvário.

Atualmente, as atividades económicas que mais se destacam são: a agricultura, com excelentes produções cerealíferas e a indústria de mobiliário. As tradições populares são respeitadas e preservadas pelas várias coletividades da freguesia, continuando a ter lugar anualmente, as romarias de cariz religioso: em Agosto, S. Domingos e a Imaculada Conceição, em Dezembro.

bitarães

Bitarães situa-se no extremo leste do concelho, no limite com Penafiel, distando cerca de dois quilómetros da sede concelhia.
 
 Bitarães é uma freguesia essencialmente agrícola, onde a produção vinícola e o cultivo de cereais, representam o centro das atividades económicas da freguesia; contudo, nos últimos anos, tem-se vindo a registar um grande desenvolvimento a nível das indústrias têxtil e de mobiliário. Notável também, é a sua atividade artesanal, em especial a cestaria, retratada pela tradição popular: “Bitarães tão airosa/Onde estão os teus cesteiros?/Ideia maravilhosa/Dos teus artesãos primeiros//Nas vindimas cheias de uvas/Levadas para o lagar/Teus homens em pernas nuas/Pisam a rir e a cantar”.
 
 O povoamento desta freguesia data de tempos remotos, como o atestam os vestígios castrejos das redondezas. O próprio topónimo confirma a sua antiguidade, pois deriva da palavra árabe “Beitarim”. Quanto ao significado da palavra em si, parecem ainda existir dúvidas, pois, segundo Pinho Leal e Augusto Vieira, “Beitarim” significa “ferradores”; contudo, em Os Vestígios da Língua Arábica em Portugal, afirma-se que “Beitarim” é o verbo que significa “exercer a alveitaria”, ou seja, a arte veterinária.
 
 A Bitarães se referem já as Inquirições de 1258, afirmando que nessa altura, exercia o poder em Bitarães, a família senhorial dos “Sousões”. D. Mendo, D. João Peres “da Maia” e seus descendentes, D. Gil e os “Valadares”, são alguns dos nobres que possuíam bens nesta freguesia. A rainha D. Mafalda, terá tido, em tempos anteriores, a posse da igreja.
 
 As Inquirições de 1288 mencionam esta freguesia no julgado de Aguiar de Sousa e declaram que em toda ela entravam o mordomo e o porteiro da Coroa, encontrando-se a mesma, em comenda do Conde de Barcelos, D. Martim Gil. Das Memórias Paroquiais de 1758, sabemos que a igreja era muito dotada e que o seu padroado pertencia à Sé do Porto desde 1131, por doação de Pedro Sandim ao bispo, D. Pedro Rabaldes.
 
 Do património religioso e civil de Bitarães, destacam-se: a igreja paroquial, que data do século XVIII e que foi construída no mesmo lugar, em substituição da antiga que foi mandada erigir pela citada rainha D. Mafalda; a Capela da Senhora dos Chãos, que foi construída no século XVIII, no lugar com o mesmo nome, onde ainda decorre a antiquíssima Romaria dos Chãos, realizada a 8 de Setembro. O culto a esta Senhora, principiou-se através de uma tradição rural, que implicava que os lavradores, em certa altura do ano, se dirigissem a este templo, pedindo a Nossa Senhora dos Chãos, fertilidade para as suas terras e boas colheitas. Como na altura da festa os dias começam a decrescer e as noites a aumentar, o povo diz que “A Nossa Senhora dos Chãos, tira a merenda e dá os serões”. Existem ainda, algumas casas senhoriais de relativa importância: a Quinta de Coura, que pertenceu ao escritor Teixeira de Vasconcelos e que hoje é um dos mais belos solares do concelho e um dos seus locais de turismo de habitação; a Quinta da Poveira e a Quinta de Além, brasonada.

gondalães

Gondalães está situada próximo da margem direita do rio Sousa, distando da sede concelhia aproximadamente 3 quilómetros. Tem por orago S. Pedro, todos os anos celebrado a 29 de Junho.

“Gondalães” é um topónimo de origem germânica, referente, por certo, a algum governante local, suevo ou visigodo, que por aqui se terá fixado tomando posse da terra e dando-lhe o seu nome. Gondalães foi uma abadia da apresentação, com reserva do convento de Santo Estêvão de Vilela, dos cónegos regrantes de Santo Agostinho. Os seus habitantes pagavam impostos, em dinheiro ou em géneros (galinhas, ovos, cabritos, cereais, etc.) ao Rei ou ao convento de Vilela. A freguesia beneficiou do foral de Aguiar de Sousa (de 1269) quando foi aquele reiterado por D. Manuel I em 1513, e antes confirmado (1411), por D. João I.

De 1840 a 1860, foi pároco da freguesia, o padre António Joaquim Soares, também conhecido como o “abade de Gondalães”, que se distinguiu como pregador popular.

O património cultural e edificado de Gondalães inclui a Igreja Paroquial, a Casa da Carreira, o Fontanário da Aguieira e a Quinta do Bernaldo, onde se encontram três moinhos atualmente abandonados, mas que noutros tempos funcionavam diariamente na moagem dos cereais.

Esta freguesia é essencialmente agrícola, predominando a produção de cereais, embora o sector secundário tenha vindo a ganhar relevo.

madalena

Madalena dista cerca de 2 km da sede concelhia e tem por orago, como o próprio nome indica, Santa Maria Madalena.

Santa Maria Madalena foi um curato da apresentação do convento de São Pedro de Cete, no antigo concelho de Aguiar de Sousa. Beneficiou do foral desse concelho atribuído por D. Manuel I a 25 de novembro de 1513. Por Edital do Governador Civil do Porto, de 26 de março de 1896, Madalena foi anexada, para efeitos civis, à freguesia de Castelões de Cepeda e está agregada para efeitos religiosos à freguesia de Gondalães.

Do património cultural e edificado de Madalena, merecem especial destaque a capela do Souto, o cruzeiro e a igreja paroquial.

No aspeto económico destaca-se a tradicional agricultura e ainda a indústria de serração.

mouriz

Mouriz dista da sede concelhia aproximadamente 3 quilómetros e tem por orago S. Romão. 

Banhada pela ribeira da Ponte, afluente do rio Sousa, a freguesia tem terrenos agrícolas bastante férteis, pelo que a agricultura é a atividade primordial de Mouriz; no entanto, apesar de ser uma freguesia rural, onde o centeio é uma das principais culturas, a indústria tem-se vindo a desenvolver bastante nos últimos anos, nomeadamente na área da transformação de madeiras. 

A antiguidade de Mouriz como paróquia, remonta à segunda metade do século VI, como aliás revela o estudo de Almeida Fernandes, que demonstra a importância desta povoação, desde muito cedo. Durante a Idade Média, o reitor de Mouriz, tinha de rendimento 200 réis anuais e era apresentado pela mitra, ou, segundo a Estatística Paroquial, pelo Convento de Cete e pelo reitor do Colégio da Graça, de Coimbra, alternadamente.

Mouriz foi uma comenda da Ordem de Cristo e aproveitou do foral de Aguiar de Sousa, concedido por D. Manuel I, em 25 de Novembro de 1513.

O topónimo “Mouriz” denuncia a presença sarracena no seu território. Segundo Pedro Ferreira, “Mouriz” advém do latim “maurus”, derivando de “maurinus”, isto é, “o mouro” ou “o mourisco” e dele surgiram outros topónimos, como são os casos de “Maurins” ou “Mourina”. Para José do Barreiro, “Mouriz” pode ser o plural de “mouril”, que no português antigo significava “habitação de mouros”; assim sendo, Mouriz terá sido palco das invasões árabes, facto comprovado também pela toponímia local, em lugares como “Alqueidão”. No que diz respeito ao património cultural edificado, são de destacar: o Solar da Quinta de Lama, atualmente abandonado; o Solar da Quinta da Amoreira, que pertenceu ao Conselheiro Dr. Francisco de Lemos da Silva Peixoto, chefe do Partido Progressista, nos finais do século XIX; e o Solar do Outeiro, com capela particular, que foi uma das mais ilustres quintas e casas do concelho, construída no início do século XIX, por Bernardino Alves Coelho, General condecorado na Guerra Peninsular.

vila cova de carros

Vila Cova de Carros situa-se próximo da margem direita do rio Sousa, a cerca de 4 km da sede concelhia. O seu orago é São João Evangelista. 
 
A antiguidade do povoamento local é atestada pela sua arqueologia. A povoação deverá ter sido ocupada em épocas pré-romanas pois na Montanha do Muro, muito próxima da freguesia, existiu um castro de cujos muros ainda se encontram vestígios. Esse castro, ao que tudo indica terá servido de alicerce a uma fortaleza da época da reconquista. De facto, o topónimo Vila Cova terá resultado das baixas que circundavam as muralhas tendo-se aí formado várias “Villas” agrárias. Assim, as povoações que constituiam Vila Cova de Carros terão tido a sua origem na velha povoação do referido castro.
 
A igreja parece ser anterior ao século XII. A freguesia de São João Evangelista de Vila Cova de Carros era uma abadia da apresentação, com reserva do Convento de São Pedro de Cete, segundo Carvalho da Costa; porém a Estatística Paroquial de 1862 refere que era da apresentação alternativa da Mitra da Sé do Porto e do Colégio da Graça de Coimbra, no antigo concelho de Aguiar de Sousa. 
 
Vila Cova de Carros beneficiou do foral de Aguiar de Sousa, atribuído por D. Manuel a 25 de novembro de 1513. A 9 de janeiro de 1902 foi anexada por Alvará à freguesia de Mouriz, tendo-se tornado independente por Decreto de 21 de agosto de 1902.
 
A nível económico a agricultura continua a representar uma grande fatia da economia local.
 
A nível patrimonial, destaca-se a igreja paroquial, o aqueduto em granito, o cruzeiro, o tanque do aqueduto e o espigueiro.